quinta-feira, 11 de junho de 2009

Saudades da vida velha.... em casa nova....

"O tempo passa lentamente para quem espera; é demasiado veloz para quem tem medo, longo de mais para quem está de luto, demasiado breve para quem está feliz... mas, para quem ama, o tempo é a eternidade."

Henry Van Dyke

Estou de volta...uma casa nova e o mesmo sentimento, o de que não sou daqui.... não consigo criar raizes, sinto me perdida mais uma vez.... as minhas decisões, pelo menos estas últimas foram tomadas todas em consciencia, não é por isso que me custa menos... só estou bem onde não estou.... tenho cada vez mais saudades de tudo o que vivi.... penso muito mais agora num passado, recordo o com tanta intensidade, tanta...tanta.... para tentar não me esquecer de nada....da voz da minha mãe não me lembro... das histórias que vivi com ela, dessas não me posso esquecer.... (hoje fiz peixe assado no forno para o jantar, acho que foi a primeira vez desde que a minha velha partiu que o fiz, as minhas irmãs não foram capazes de não dizer nada.... estava igual ao que ela fazia....) lembro e relembro....
Para toda a gente o verão é a altura do ano melhor... é calor, praia e afins... para mim é um tormento... foi no verão que a minha vida mudou... aquele mês.... aquelas emoções... vem ai os aniversarios.... as festas que não vão ser, mas que deviam ser... vem ai aquela altura do ano em que anda tudo contente... e que eu quero que passe o mais depressa possivél... não a vida não continua... descontinua.... o tempo amainou a dor... e a saudade, não amaina?? Não... aumenta todos os dias um bocadinho.... e começo a tomar consciencia de uma coisa... não é normal eu e os meus irmãos já não termos pais fisicos... e tomo essa consciencia cada vez que me fazem o seguinte comentario: "Então e se eu morrer, para quem fica o dinh que tenho no banco? resposta do senhor do balcão: Fica para os herdeiros legais... para os filhos. E eu: Bem não tenho filhos... O senhor: Fica para o pai... Eu: Já não o tenho... O senhor já encabulado: Fica para a mãe... E eu: Infelizmente já não tenho mãe... E o senhor: Desculpe D. maria.... Eu sorri, e disse fica para os irmãos que tenho muitos.... Retribuiu o sorriso, de quem tem pena... e eu senti me orfã...pergunto me muitas vezes o porque de nos ter acontecido o que aconteceu... não arranjo resposta...

Casa nova.... saudades das vida velha.... sinto me cansada....

Casa nova que por acaso é paredes meia com a última morada fisica da minha velha.... coincidencias....

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