quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O passado

Amiga R. sei que virás espreitar este cantinho, aliás este é sem segredos... perguntaste me o que era feito do outro blog, eu respondi te que o outro, era mais triste.... e eu não quero, quero aprender a viver de outra maneira, mas e para comprovar que o tempo amaina a dor apesar de nós acharmos que não, e porque quero trazer para este cantinho um bocadinho do meu passado, para nunca me esquecer que foi ele que fez o meu presente e não é por isso que este recanto vai ficar mais triste aqui está o que eu escrevi no dia em que fazia 6 meses que a minha cumplice tinha partido :

"Eu estou, porque na verdade eu não era, eu estou cansada de tentar ser feliz... eu estou cansada de ser o que não sou ,só para não preocupar quem me rodeia.... o meu lema agora é, eu vivo para me divertir e não para ser feliz...
Ontem foi mais um daqueles dias complicados, é uma mera data mas a verdade é que as datas marcam, a data de nascimento dos nossos filhos, sobrinhos, do casamento e ...da morte, tal e qual como as felizes essa tambem marcam... fez seis meses ontem que a minha mãe morreu como eu já disse num dos posts anteriores, todo o percurso até á data da partida da minha mãe foi terrivel, penoso, doloroso e acima de tudo cruel para ela e para nós ainda hoje passados 6 meses eu não consigo pensar, (por isso dizem me que ainda não fiz o luto) na minha mãe na cama do hospital a implorar nos que a trouxessemos para casa, a implorar que lhe dissessemos como estavam os netos, a implorar para que lhe dissessemos que tudo não passava de um terrivel engano, e tudo isto sem dizer uma palavra... só com o olhar . Digo muito vezes que não desejo a ninguem o que nós passamos, olhar para quem nos deu a vida e sabermos, mesmo não querendo admitir que o fim estava próximo... custou me tanto, olhar lhe nos olhos e dizer lhe: "força minha velha, vais sair desta...", custou me tanto pensar que dois dias antes de dar entrada no hospital a minha mãe estava de ferias com as netas, a brincar com elas a colher tudo aquilo que plantou na vida e que iria continuar a colher por muitos mais anos....é verdade nunca ouvi a minha pedir, mas senti isto tudo....o tempo amaina a revolta.... mas aumenta a saudade, a minha mãe tinha 64 anos quando partiu fisicamente, com uma neoplasia."


Reli agora isto meu amor e digo te que o tempo ajuda nos a crescer, eu não sou feliz ainda, acho que pouca gente o será e quem o é, não se apercebe... mas estou tranquila sei o que não quero, o que já é meio caminho andado para saber o que quero!!! eheheh

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